Estou a começar a estudar português, espero que seja pelo menos compreensível. Tenham piedade, por favor :')
Nada pode matar o caminho para o amor
Juri levantou os olhos e saudou o coreografo com a cabeça.
Aquela manhã ficara mais cansado do que normal, embora não tivessem trabalhado muito mais do que habitual.
Talvez a culpa fosse sua e do que ultimamente não dormia muito na noite. Talvez fossem os pensamentos que lhe passavam pela cabeça.
Resfolegou, acabou de recolher suas coisas e começou a dirigir-se para os camarins para mudar de roupa, mas foi imediatamente parado por duas mãos nos quadris.
Sobressaltou e virou-se, encontrando-se em frente a Taiga.
O mais velho sorriu-lhe e inclinou-se para ele para o beijar.
“Para.” repreendeu-o Juri, olhando à volta com ar sorrateiro.
“Ninguém estava a ver, tranquilo.” disse-lhe Taiga, para depois fazer uma sinal de saudação a Hokuto e Jesse que estavam a deixar a sala, fazendo-os ficar sozinhos.
“És sempre demasiado relaxado, Taiga.” observou Juri, afastando-se do aperto dele e tentando sair, esta vez segurado por um pulso.
“Não sou eu a ser demasiado relaxado. És tu que fazes demasiados problemas.” fez-lhe reparar, encolhendo os ombros. “Não sou eu a ser aterrorizado pelo que a gente nós possa ver.” continuou, erguendo uma sobrancelha e puxando-o outra vez para si para o beijar. “Agora não há ninguém.” murmurou ao separar-se.
Juri mordeu um lábio, acenou com a cabeça e fez deslizar as mãos nos braços do mais velho, acariciando-o devagar.
“Queres fazer alguma coisa esta noite?” perguntou. “Podemos sair jantar. Aliás, já que não temos de trabalhar amanhã, achava que se quiseres podes dormir a minha casa. Só tenho de ligar minha mãe e...”
Taiga interrompeu-o com a mão, o sobrolho outra vez franzido.
“E dizer-lhe que levas um amigo para casa?” terminou a frase por ele, rindo-se sarcástico e abanando a cabeça. “Não, obrigado. Se as coisas tiverem de ser assim, então prefiro que não.”
O mais novo suspirou de modo teatral, parou de o acariciar e olhou para os olhos dele, com ar impaciente.
“Tai-chan, porquê tens sempre de tornar as coisas mais difíceis do que são? Quando não nós podemos ver é porque não saímos bastante juntos, quando podemos é toda a gente, quando te peço para fazer algo encontras sempre desculpas para que não vá bem. Qual é o problema?” perguntou, exasperado.
Taiga encolheu os ombros, foi para uma das mesas apoiadas à parede, sentou-se acima e deixou balançar as pernas com ar pensativo.
“Não é isso, Ju.” murmurou, toda alegria de pouco antes desaparecida. “O problema é que cada vez que ficamos juntos tenho sempre a impressão de ter de me esconder. Em público, com a malta, com tua família. Eu fico contente por namorar contigo, Juri, e não entendo porque não te sentas da mesma maneira.”
O mais novo aproximou-se devagar, tomou-lhe um mão na sua e entrelaçou os dedos deles, olhando para esses mais do que para os olhos dele.
“Não é verdade, Taiga, eu... eu fico contente por namorar contigo, mesmo. Só não gosto de toda a gente o saber, é tudo. Até possível, prefiro não o dizer e manter isso para nós.”
Kyomoto não pareceu para nada convencido pela argumentação, que sabia muito a desculpa.
Pôs uma mão na mandíbula dele, obrigando-o a levantar a cara.
“Bem. Se não for um problema para ti, então...” voltou de pé, a uns centímetros de distância dele, para depois empurrar os quadris em frente. “Estou com vontade, Ju.” provocou-o, erguendo uma sobrancelha e sorrindo travesso, começando a balançar ligeiramente seu corpo.
“Taiga...” assobiou Juri, tentando fazê-lo afastar e fracassando. “Achas mesmo que devíamos? Qualquer um pode ver-nos. Um dos rapazes pode voltar porque esqueceu algo, e se nós viesse podíamos meter-nos em sarilhos.”
O mais velho sorriu outra vez, para nada impressionado pelas palavras dele, e levou as mãos à cintura dele começando a descer para baixo, num movimento ao qual estava acostumado.
“Não, não nós vamos meter em sarilhos. Se um deles nós descobrir, vai descobrir que namoramos. Se a coisa te aterrorizar tanto, então podemos ir-nos embora. Se fores tanto contrario a que saibam que namoramos.” marcou as palavras para deixar compreender as implicações da frase. “Então vou parar agora, Juri. A escolha é tua.”
O mais novo pensou nisso por um instante, antes de suspirar e aproximar-se dele para o beijar.
Taiga abriu imediatamente os lábios, procurou a língua dele, levou as mãos sob a t-shirt para um contacto direto com a pele nua dele.
Embora relutante, via as barreiras de Juri derrubar uma por uma enquanto ele o tocava.
Taiga conhecia-o bem, e sabia o que fazer para o levar onde queria, e nessa altura nem sequer se importava de que não se quisesse expor tanto para chegar a fazer sexo na sala de ensaio.
Não se tratava do sexo; se tratava de lhe fazer admitir seu problema, porque fosse tão relutante.
Tinha medo da resposta, e de ouvir que a relação deles não era importante o suficiente para a compartilhar com a gente.
Tinha medo, porém queria saber.
Agarrou os quadris de Juri, obrigou-o a virar-se e empurrou-o contra a mesa, sem parar de o beijar.
Tirou-lhe a t-shirt e fez o mesmo com a sua, logo voltou com a boca para ele, esta vez à procura da garganta e das clavículas, baixando-se e fazendo-lhe arquear os quadris para ele enquanto metia os polegares ao borde das calças do mais novo, roçando a pele delicada do entrepernas, demorando o suficiente para o fazer sentir impaciente antes de o livrar até da roupa com que ficava.
“Despacha-te, Taiga.” murmurou, a voz marcada pela excitação.
“Não o dizes porque mal podes esperar, dizes-o porque tens medo.” observou o mais velho, erguendo uma sobrancelha e parando de lhe torturar o peito com a boca, limitando-se a levar uma mão em frente e enrolar o sexo dele, mexendo-a devagar, aparentemente demasiado na opinião de Juri.
“Não é verdade. Quero isso... quero-te, Taiga.” continuou a falar confusamente, enquanto seus quadris se ofereciam sem vergonha ao movimento da mão dele, procurando mais fricção possível.
Kyomoto riu-se ligeiramente, antes de se baixar e aproximar a língua dos dedos, passando-a no sexo dele, subindo devagar e igualmente devagar enrolando a boca à volta da ponta, chupando delicadamente, levantando os olhos para ele e descobrindo-o a olhar por sua vez.
Quando o levou completamente, enrolando-o no calor de sua boca, Juri levou uma mão aos lábios para sufocar um gemido agudo.
Sorrindo, Taiga levantou-se, puxou-lhe o braço e segurou-lhe as mãos contra a mesa.
“Não te atreves.” disse-lhe, calmo. “Não te atreves a conter-te, Juri.” reiterou, sorrindo, antes de voltar a dirigir suas atenções à ereção dele.
Quando teve a certeza de que Juri não iria tentar outra vez levar a mão à boca deixou-o ir, roçando a coxa dele com os dedos e prosseguindo para o interior, fazendo-lhe abrir as pernas e chegado até a entrada dele, tocando-a por uns instantes antes de deixar deslizar um dedo para dentro, sentindo-o ficar tenso à volta desse e ao mesmo tempo empurrar mais fundo na sua boca.
Taiga continuou a prepará-lo, distraindo-o com a língua, tentando cortar pela raiz qualquer forma de dor ou incómodo porque, embora não quisesse ir mais depressa do que necessário, sentia sua ereção pressionar de modo desconfortável contra as calças, e agora tinha urgência para ser em Juri, para o sentir apertar-se à sua volta, afundar-se nesse calor do que os dedos só lhe deixavam saborear a impressão.
Ficou de pé, olhou para seu namorado, acariciou-lhe o rosto e baixou-se para o beijar, com uma ternura ainda não demonstrada.
“Estás pronto?” perguntou-lhe.
Juri acenou com a cabeça, levou as pernas à volta dos quadris dele e apertou-o mais contra si.
“Mexe-te.” murmurou, incitando-o outra vez, e agora Taiga não conseguiu negar-lho.
Baixou as calças e as cuecas bastante para libertar sua ereção, inclinou-se para ele e começou depressa a penetrá-lo.
O mais novo cravou as unhas nas costas dele e apoiou a frente contra o ombro enquanto Taiga ficava quieto o tempo necessário para o fazer acostumar, antes de sair ligeiramente e voltar firmemente para dentro, divertindo-se a vê-lo tentar inutilmente não gritar.
“É inútil, Ju.” escarneceu-o, ofegando ligeiramente ao ouvido dele. “Toda a gente foi-se embora. Podes gritar à vontade.”
Juri tomou-o à letra.
Deixou-se ir contra ele, ofereceu-se aos empurrões quase brutais, inclinando a cabeça para trás enquanto apertava mais forte o corpo de Taiga contra seu.
O mais velho mantinha os olhos abertos e fixos para ele, fascinado ao vê-lo gozar sob seus movimentos; levou uma mão à ereção dele e começou a masturbá-lo depressa, concedendo-se um sorriso ao vê-lo morder um lábio e arquear as costas, perto do orgasmo.
Quando se veio não conseguiu conter-se mais do que fizesse já; fez um grito sufocado, gemendo repetidamente o nome dele, ficando ainda mais tenso à volta de seu corpo.
Taiga acariciou-lhe o rosto, desceu para o pescoço e para o ombro, logo voltou a mexer-se nele, de modo quase furioso, até atingir o orgasmo por sua vez; deixou-se ir contra ele, a boca no pescoço dele, as mãos apertadas aos quadris, enquanto as pernas do mais novo continuavam apertadas à volta dele, determinadas a não o deixar ir.
“Não fora mal, certo?” foram as primeiras palavras de Taiga assim que recuperou o fôlego.
Levantou-se, saiu do corpo de Juri e arranjou-se a roupa, ajudando-o a voltar de pé por sua vez.
“Nunca disse que ia ser mal.” respondeu Juri, recuperando sua t-shirt sem olhar para ele.
“Agora finalmente podes explicar-me teu problema?”
Juri mordeu um lábio, duvidoso. Agitou-se, logo suspirou e finalmente olhou para ele.
“Não tenho problemas em estar contigo, Taiga, é isso que não percebes. Só é que... gosto de como somos agora. Gosto de sermos os únicos a saber de nós, é relaxante. Quando muita gente sabe há incompreensões e problemas, e eu não quero ouvir que pode ser errado ficar contigo, que não vai durar ou coisas assim. Porque eu fiz minha escolha, e estou bem contigo. E não quero que ninguém duvide disso.” terminou, suspirando como se acabasse de mudar de pele.
Taiga pareceu surpreendido, e começou devagar a sorrir.
“Então...” começou a dizer, mas logo mudou de ideia e riu-se. “És um idiota, Juri! Eu achava toda outra coisa!” disse confusamente, arrumando os pensamentos na mente, dando sentido ao comportamento do mais novo durante os meses passados. “Vês? Estava mesmo necessário que eu te assediasse na sala de ensaio para mo fazer dizer.”
“Para, Taiga.” repreendeu-o o mais novo, em tom de aviso.
“Onde qualquer um podia entrar...”
“Para!”
“Acha que piada que nós tivessem descoberto a fazer sexo cá? Como íamos explicar isso?” continuou a escarnecê-lo, sem conseguir parar de sorrir.
Juri franziu os lábios e revirou os olhos com ar exasperado.
“Vai-te embora. Não quero ver-te nunca mais.” assobiou, lançando-lhe o saco e ficando ainda mais chateado quando o viu continuar a sorrir.
“Vou buscar-te às oito?” perguntou em troca, como se não o tivesse ouvido.
Juri mordeu a língua, esforçando-se por manter o tom relaxado enquanto respondia.
“Está bem.” murmurou por fim, reparando a expressão de vitória no rosto do mais velho.
Taiga aproximou-se dele, beijou-lhe os lábios e atingiu a porta.
“Eu amo-te, Ju1” disse-lhe, antes de sair do quarto.
Juri ficou imóvel por uns segundos.
Era a primeira vez que lho dizia, e de algum modo o som daquelas palavras tranquilizou-o.
Sorriu.
O que sentia, decidiu, iria ficar na mesma deles.
Não se importava de quanta gente iria descobri-lo, não iria mudar de ideia.
Amava-o.